quinta-feira, 19 de outubro de 2017

O Livro de Emma Reyes - Memória por Correspondência

Um impressionante relato pessoal em vinte e três cartas, que nos faz pensar em Dickens transposto para o século XX.

«O Livro de Emma Reyes – Memória por Correspondência» relata as memórias 
da duríssima infância – de abandono e exploração – da pintora colombiana 
Emma Reyes. É também uma história de superação de inimagináveis 
circunstâncias por parte de uma mulher conduzida pela sua vontade férrea 
de liberdade. 
Quando surgiu pela primeira vez na Colômbia, em 2012, quase dez anos 
após a morte da autora, esta autobiografia epistolar foi imediatamente 
considerada como um clássico. Em 23 cartas dirigidas ao amigo Germán 
Arciniegas, Reyes conta a história da sua infância e juventude, sem artifícios 
nem sentimentalismos, mas com competência e encanto narrativo raros.

Publicado em mais de uma dezena de países, o livro conta com introdução 
de Leila Guerriero e dois textos finais, um por Gérman Arciniegas e outro 
por Diego Garzón.
Emma Reyes (1919-2003) nasceu na mais absoluta pobreza, em Bogotá. 
Criança ilegítima e abandonada, foi uma adolescente analfabeta até aos 18 
anos. Tornou-se depois pintora, trabalhando e convivendo com artistas e 
intelectuais do seu tempo. Embora não se tenha tornado famosa, era 
recordada, à data da sua morte, como “mama grande” por artistas e
escritores latino americanos em França e como uma maravilhosa contadora de histórias. Emma dizia do seu trabalho artístico:
«É verdade que a minha pintura são gritos sem correntes de ar» e os artistas que a rodeavam reconheciam as qualidades 
narrativas da sua obra: «O Luis Caballero diz que eu não pinto os meus quadros, mas que os escrevo».

A regularidade da correspondência que enviava a Arciniegas sofreu uma interrupção, no momento em que o historiador, 
entusiasmado com a qualidade literária da escrita de Reyes, decidiu partilhar as cartas com outro famoso colombiano: Gabriel 
García Márquez. Semanas mais tarde, Gabo ligou a Emma para lhe dizer o quanto as tinha apreciado, e esta respondeu com 
fúria. Durante muito tempo a pintora não voltou a escrever a Arciniegas.
Esta é uma correspondência capaz de transcender o tempo em que foi escrita, fixando os contornos de uma vida excepcional.

O Livro de Emma Reyes - Memória por Correspondência, de Emma Reyes
Quetzal - 17,70€

«Depois de tanta dor, o leitor sai reconciliado com a Humanidade, porque, acompanhando a autora, vê o renascer da esperança dessa adolescente fugitiva que, no fim, vai poder voltar a começar.»
La Vanguardia

«Ainda que sem intuito estético, cada página exala uma fria e escabrosa beleza. (…) A criação artística é outro ato de amor e talvez a conquista mais alta da nossa espécie.»
El Cultural

«À medida que lemos, nós leitores também crescemos – a golpes.»
Babelia, El País

«Uma incrível biografia a todos os níveis, mas o mais admirável é a clareza do olhar, a lembrança sem qualquer tipo de sentimentalismo de uma infância difícil.»
Paris Review

Sobre a Autora Emma Reyes:
Emma Reyes foi uma pintora colombiana. Nasceu em 1919 em Bogotá, onde viveu uma infância miserável num bairro de lata. Mais tarde, foi acolhida num convento, onde passou 15 anos de clausura e trabalhos pesados. Quando conseguiu fugir, viajou por toda a América Latina, rumando a seguir à Europa. Formou-se em Paris, trabalhou no estúdio de Diego Rivera no México, mas também viveu e trabalhou em Capri, Veneza, Florença e Roma. Instalou-se definitivamente em França em 1960, casando-se em segundas núpcias com Jean Perromat, um médico francês. Faleceu em Bordéus, em 2003.

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